March 19th, 2013 by M.J. Ferreira
Aprendi a andar de bicicleta por volta dos 34, 35 anos. Hoje, não tenho dificuldade em pedalar e, confesso, gostaria de o fazer com regularidade.
Em pequenina nunca tive tal brinquedo e, as poucas vezes que experimentei, foi no jardim do Campo Grande onde se alugavam as ditas. Contudo, o não saber andar implicava que o meu pai tivesse que segurar o selim e o guiador para permitir que eu me equilibrasse e “fingisse” que andava como tantas outras crianças da minha idade.
Não era muito divertido e o meu pai tinha uma enorme paciência a segurar-me, à vez, com a minha irmã. Achei terno, ontem, quando fui ao pão, um postal na montra da papelaria do shopping, alusivo ao Dia do Pai, exactamente com a imagem que acima descrevi.
Olhar para a gravura fez-me voltar atrás no tempo e, a coincidência com a data de hoje, despertou-me um sentimento de nostalgia por já não ter o meu pai fisicamente no meio de nós. Recordar é viver e, neste caso concreto, perceber num gesto tão simples, o amor que o meu pai nutria por mim e pela minha irmã. Segurou-me e amparou-me com a bicicleta, segurou-me e amparou-me em tantos outros momentos da minha vida.
O postal escreve a frase “para o melhor pai do mundo”. Acreditamos nisso desde a mais tenra idade. Contudo, sentimos e percebemos melhor a simplicidade e a força dessa frase, mais tarde, à medida que a idade avança. No meu caso, não tenho quaisquer dúvidas que ele me amou da melhor forma que sabia e podia. Obrigada pai.