O Governo não deu tolerância de ponto para hoje mas o país está a meio gás. Uns trabalham e outros foliam em virtude de muitas autarquias terem decidido precisamente o contrário.

Pessoalmente, não concordo com este contradizer da deliberação governamental para o funcionalismo público. Aliás, penso que, no último ano, as diversas organizações ligadas aos festejos carnavalescos já se deveriam ter organizado, de forma a terem alternativas para o que é um facto e uma verdade: a terça feira de carnaval não é feriado.

Se me permitem a ironia, muitos dos Presidentes de Câmara que deram a tolerância de ponto, têm, aliás, andado esbaforidos num carnaval constante, ou não fossem as suas Câmaras da mais endividadas do país. E as eleições estão à porta… E quem é que se importa com as parcerias e negócios falidos e insolventes de tantas autarquias? Ninguém! Por que se não, haveria uma lei que não permitiria que presidentes de câmara ou junta, cuja presidência apresenta resultados de endividamento brutal se recandidatasse ao que quer que fosse de lugar público!

Amanhã, passado o carnaval guardam-se as máscaras da pândega e da folia e colocam-se as máscaras da conjuntura. As perspectivas são o que são e, às vezes, da forma como tantos falam e se comportam, não parece haver um empenhamento de mudança, num esforço de acabar com o carnaval de dívidas e afins em que tantos mergulharam de cabeça, “vítimas” de não terem conseguido perspectivar em tempo útil o que uma sociedade consumista e hipócrita lhes parecia oferecer de mão beijada.

Até parece que andamos sempre a meio gás. Pudera, sempre nos ensinaram que a vida são dois dias e o carnaval são três.. Temos duas opções: cultuar a “crise” e a contradição ou acreditar que podemos, com a atitude certa, tornar melhor tudo aquilo que a vida tem para nos oferecer. Não vivemos numa ilha isolada e é tempo de sinergicamente, revelarmos todas as nossas potencialidades, ultrapassando diferenças e unindo similitudes para construir um futuro a todo o gás.