December 17th, 2012 by M.J. Ferreira
Estou a ver na TV uma notícia que dá conta da poupança que os portugueses estão a fazer nas compras dos presentes de Natal. Esta é a tal ponto que os comerciantes dizem que este vai ser o pior Natal de sempre. Discordo da afirmação. Porquê?
Porque o Natal não tem a ver com comerciantes nem com compras especiais e específicas. O Natal tem a ver com Jesus, o bebé que nasceu e viveu com o propósito de re-aproximar os homens de Deus. Por isso e para isso, a sua vida pautou-se por um relacionamento estreito com o Pai através da oração, por um exemplo de obediência e conformidade com a vontade divina, por uma atitude amorosa, humilde e de grande compaixão para com os semelhantes, ao mesmo tempo que combatia e não abdicava de dizer não a tudo o que não está de acordo com as Escrituras.
Teve morte de cruz mas sabem e crêem os cristãos que a morte não prevaleceu sobre Ele. A sua existência continua bem viva e presente no quotidiano de todos os dias e, em especial, na vida de todos aqueles que o confessam como Senhor e Salvador.
Realmente, o Natal não é comércio. Esse é o Natal que a secularização e a sujeição a práticas nefastas de vaidade, consumismo, pretensiosismo, e outros “ismos” celebra e incentiva. A tradição, a exemplo dos presentes que os homens sábios ofereceram a Jesus, habituou-nos a partilhar lembranças. Isso não está errado. Errada é a proporção e a importância desmesurada que as mesmas tomaram.
É claro que os comerciantes precisam de sobreviver. Os tempos não estão fáceis para ninguém e os “rios de dinheiro”, quantas vezes “mal” gasto, que outros anos deixavam “correr” nesta altura do ano, estão transformados em “gotas” que se tentam gerir com “conta, peso e medida”. Contudo, a verdade é que o Natal nunca foi sinónimo de “negócios da China” e os negociantes terão que repensar assertivamente as suas actividades de forma a resistirem sem estarem dependentes da época “a” ou “b”.
Dito isto, espero sinceramente que o Natal possa ser vivido de acordo com o verdadeiro espírito natalício, com serenidade, tranquilidade, entusiasmo e muito amor. Que haja fraternidade, emoção, lealdade e um ânimo revigorante que dê alento, força, coragem e esperança a cada família e a cada um em particular. Quem sabe, vai ser o melhor Natal de sempre.
