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Estar longe
July 4th, 2011 by M.J. Ferreira

As férias devem ser tempo de descanso e recarregar de baterias para a azáfama que se seguirá. Estar longe de casa é um passo importante para isso poder acontecer sem “stresses”.

Este ano, contudo, após o gozar de um primeiro dia esplendido, fui surpreendida com a mensagem de voz no telefonema de uma amiga a dar-nos conta do falecimento de sua mãe.

Não interessa se a senhora era idosa, nem tão pouco se a morte era uma consequencia a ter em conta face a uma saude debilitada.

A morte de uma mãe deixa um vazio interior e um sentimento de perda que tem de ser preenchido com as recordações da sua vida, do seu exemplo, das conversas, sorrisos e até lágrimas que nos ajudaram a crescer e a ser o que somos hoje.

Gostaria de ter podido abraçar esta amiga num momento tão sensível. Nem sempre as coisas acontecem como queremos mas as suas palavras pedindo orações é algo que, independentemente dos longes e das distâncias, nos une em torno de uma fé que nos dá a esperança sólida que a morte é apenas a partida para a casa do Pai, terminada que está a nossa peregrinação neste mundo.

E eu oro. A minha oração dá graças pela vida da mãe da minha amiga, por aquilo que ela foi, mãe e também filha, esposa, sogra e avó, amiga e mulher. E, à medida que dou graças pela mulher que foi, peço que o Pai possa confortar os seus familiares, enxugando-lhes as lágrimas e amparando-os num abraço cheio de ternura, de forma que possam sentir o Seu grande amor e protecção.

A oração dá paz. Estar longe… fica então tão perto.


One Response  
  • Lena Freixo writes:
    July 11th, 2011 at 6:50 pm

    Muito e muito obrigada minha amiga!

    Onze dias passados, ando num misto de vazio, saudade, de alguns “como” e “porquê agora”, intercalados de pedidos e orações por ela. Preciso de silêncio como poucas vezes precisei, e tenho pela frente a penosa missão, que ninguém a fará por mim, de me “desfazer” dos últimos pertences de minha mãe! Não me peçam pressa, como me tem sido sugerido, porque já devagar é difícil!
    Neste misto de sentimentos tenho também alguns pesares e receios! Principalmente que não me tenham dito tudo sobre aquela última noite, que ela esteve longe dos meus olhos e que após a ter deixado muito bem disposta e sem queixa alguma de saúde, recebi-a na manhã seguinte,à porta do Banco do Hospital, sem que pudesse já falar, ou sequer conhecer os filhos, talvez!

    Tenho ainda que juntar a este meu turbilhão, o facto de poder finalmente respirar de alívio por a minha filha ter conseguido ficar efectiva na Força Aérea! Pois é: A vida tira e a vida dá! Mas quando tudo acontece em simultâneo, não sabemos quando rir ou quando chorar! A minha filha merecia uma grande festa, mas agora…

    Para terminar falta só dizer que a minha mãe perguntava repetidas vezes à neta e a mim, se ainda faltava muito para ela terminar “aquilo”, e que só pedia a Deus para lhe dar vida e saúde, até saber que a neta tinha conseguido! Pois eu dei-lhe essa notícia numa terça-feira, e o seu coração quis desligar nas primeiras horas de Domingo seguinte! Acabou por fazê-lo, após muito sofrimento, cinco dias depois, no dia de aniversário desta neta!

    Mais uma vez o meu muito obrigada por suas palavras, orações e principalmente… amizade!


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