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Arraial de São João
June 27th, 2011 by M.J. Ferreira

Tavira no São João é uma cidade enfeitada com cheiro a hortelã.
Já tinha lido sobre as festas maiores da cidade algarvia e, este ano, pude testemunhar a beleza da tradição na véspera de São João.

Junto ao rio, na Praça do Coreto, os manjericos e as grinaldas juntam-se para dar vida a um quadro colorido que o chão, coberto de hortelã, completa, Os sentidos aguçados pelo colorido e o fresco odor do tapete verde de hortelã fresquinha convidam a um pezinho de dança para acompanhar os ritmos próprios das modas dos bailaricos que o conjunto debita.

Reavivando as lendas, os costumes, usos e hábitos, as quadras escritas para as três marchas populares que desfilaram e dançaram perante uma enorme plateia, alegraram com as suas rimas, figurinos coloridos e criativos arcos e balões, a maravilhosa noite da passada quinta-feira que deu início às celebrações do Dia da Cidade.

Este ano a noite de São João contemplou, ainda, o evento d’“A Moura Encantada do Castelo de Tavira”. Ao que parece, uma moura encantada ia surgir no Castelo de Tavira, à espera de ser desencantada por um nobre cavaleiro, lançando sorte para a cidade e para todos os que a conseguiam ver. Confesso que não fui ver. Mas, não podendo contar com a sorte da moura, vou sendo abençoada com a saúde necessária e o que realmente precisamos para o dia-a-dia. E estamos felizes.

Pela meia-noite teve lugar um espectáculo piromusical, numa das pontes que atravessa a cidade sobre o rio Gilão. Foram momentos bonitos e brilhantes que mereceram um enorme aplauso no final. A festa e a animação continuou pela noite fora com os arraiais dos Santos Populares espalhados pelas diversas freguesias.

Mas se a vista ficou regalada, o mesmo não posso dizer das pernas. Não! Não tem nada a ver com passinhos de dança em excesso. O que se passou mesmo foi que enquanto esperava o início das marchas, uma enorme “nuvem” de mosquitos, também conhecidos pelo bonito nome de melgas, invadiram o recinto e trataram de fazer de todas as pessoas presentes um enorme arraial de São João, picando, mordendo, refastelando-se à custa dos veraneantes que aguardavam o início dos desfiles.

Só eu ostentava no final 35 mordidelas espalhadas essencialmente pelas pernas que o vestido curto não ajudou a cobrir. Por todo o lado só se via pessoas a sacudirem-se, coçarem-se, abanarem-se com leques e camisolas. Uma senhora da terra, sentada ao meu lado, ainda partilhou comigo um repelente de insectos mas aquelas bichas parecia que levavam máscaras à prova de tudo.

Como não levei na bagagem a pomadinha para as picadas de insectos, andei a besuntar os enormes godilhões com pomada para os pés… Alívio pouco… E, para dormir, só consegui mesmo com uma toalha húmida sobre as minhas perninhas delicadas… Felizmente não se constiparam mas também não ficaram bronzeadas a preceito porque o sol assanhava a comichão e era difícil controlar o prurido :o)


2 Responses  
  • Lena Freixo writes:
    June 28th, 2011 at 8:17 pm

    Vejo que as melgas também gostam muito de si! Para seu mal!
    E não havia por lá ninguém que lhe desse um dente de alho para esfregar sobre as picadelas? Mézinha do tempo da minha avó! Pois se não sabia, já aprendeu! Mas dizem que o vinagre também alivia a comichão. Se fôr mentira… ajuda à “vinha d alhos”!
    As melhoras!

  • M.J. Ferreira writes:
    June 28th, 2011 at 9:51 pm

    Obrigadinha pelos votos de melhoras. Do alho não sabia mas… do vinagre o pivete por lá era muito que houve quem fosse pedir aos restaurantes o galheteiro…


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