O jornal desportivo “O Jogo” publica hoje uma entrevista de Manuel Casaca a Carlos Queiroz. Chamou-me a atenção a ênfase dada por aquele diário na primeira página a uma afirmação do seleccionador nacional: “espero que no mundial Ronaldo ganhe jogos sozinho”.

Não posso discordar mais! Nem Ronaldo sozinho é a selecção; nem Ronaldo sozinho pode ganhar o que quer que seja em termos de uma partida de futebol. A não ser que seja um daqueles jogos emocionantes da PlayStation; mas, isso, até o meu filho ganha!

Numa altura em que Portugal acabou de se classificar para estar presente no Mundial e onde teve de jogar os play-off, curiosamente sem Ronaldo, acho que é de uma infelicidade imensa este comentário de Carlos Queiroz porque minimiza e até esquece o esforço de um colectivo que, esse sim, por ser equipa, por ser um todo, ganha jogos e faz sonhar multidões.

Só me resta pensar que  o seleccionador nacional, ou não percebe patavina de liderança colectiva ao deixar escapar o seu pensamento relativamente a Ronaldo no Mundial: “espero até que no Mundial ganhe alguns jogos sozinho” ou, então, que tem um grave problema de comunicação dizendo coisas que não queria dizer mas disse.  Uma coisa é a boa forma que ele espera de Ronaldo e isso é comum a todos os portugueses. Outra é esquecer que Ronaldo é apenas um jogador que, mesmo considerado o melhor de 2008, não faz nada de nada se não lhe passarem a bola.

Mas…. há sempre um mas. Se calhar esta é uma das famosas teses de “cabala”  e “terrorismo”  – neste caso “terrorismo desportivo” – do diz que disse e não disse e escutou mas não podia escutar. Será que há alguma “face oculta” para descobrir entre os profissionais do “O Jogo”? Ah! Será? Que grandes malandrecos a tramarem o Carlitos.