As cidades deviam ter mais jardins coloridos com flores de todas as cores. Flores a dançar com a luz do Sol ou a abanarem-se quando uma brisa lhes faz cócegas. Flores pintadas de cores vivas que as borboletas tímidas querem beijar e arbustos artisticamente cortados que nos lembram animais entretidos em divertirem-nos.

As cidades deviam ter mais jardins com árvores de todos os tamanhos, de troncos finos ou grossos que fizessem sombra e fossem abrigo de muitas aves. Aves de belos cantos que acarinhassem as pessoas tristes.

As cidades deviam ter mais jardins com fontes de água transparente e peixinhos dourados e charcos com rãs que se entretém a mergulhar para alegria da pequenada que aponta à descoberta de tantas maravilhas. Lagos com patos brancos e mandarins em divertidas banhocas e grasnando satisfeitos. Lagos com cascatas e pontes onde os namorados fizessem promessas e juras de amor eterno.

As cidades deviam ter mais jardins com ruas para as pessoas passearem, bancos para sentar, ler ou pensar e espaços para as crianças brincar, sem lixo, sem perigos, sem pressas. Alamedas com os cachorros à trela e donos educados com o porta-sacos a jeito para os imprevistos dos amigos caninos.

As cidades deviam ter mais jardins com pérgolas cobertas por trepadeiras que protegessem das intempéries os reformados que tanto gostam de um bom jogo de cartas ou de dominó e um coreto para recordar as bandas e as músicas que todos conhecem.

As cidades deviam ter mais jardins, pequenos grandes mundos dentro dos nossos próprios mundos, tantas vezes fechados sobre si mesmos e sem a alegria de um jardim com flores de todas as cores e de cheiros doces com chilreios tagarelas que nos fazem sorrir para dentro e para fora dos limites do nosso espaço.

As cidades deviam ter mais jardins…