April 5th, 2010 by M.J. Ferreira
O fim de semana foi óptimo e o Domingo de Páscoa foi celebrado em família. Uma renovação fidedigna do amor que sentimos uns pelos outros e partilhamos ciosamente em toda a sua pureza e preciosidade.
Ter passado pelo Alentejo fez-me recordar uma velha história que há muitos anos tinha ouvido sobre os pinheiros e o facto de eles saberem quando é o tempo da Páscoa. Pude confirmá-lo “in loco” e sinto-me agradecida por isso.
A história dos pinheiros é uma das muitas que passa de pais para filhos e nos remete para a beleza harmoniosa e simples de toda a natureza. Não percebe porquê? Eu explico a história dos pinheiros.
Cerca de duas semanas antes da Páscoa, os pinheiros têm os novos rebentos a despontar. Se olharmos para o topo de cada um, poderão ver-se pequenos rebentos de um amarelo acastanhado. À medida que a Páscoa se aproxima, os rebentos mais altos vão ramificar e formarão uma cruz.
Até que a Páscoa venha, a maioria dos pinheiros terá pequenas cruzes de um tom castanho amarelado nas pontas dos seus ramos. Quando olhamos para os pinheiros, podemos testemunhar a história uma vez ouvida e que a memória não vai deixar esquecer.
Pude observar e fotografar muitos pinheiros com os seus rebentos a apontar para o céu. Os mais altos brilhavam à luz do sol mostrando em cada cume pequenas cruzes que de maneira harmoniosa se espalham contra o espaço azul celeste e nos recordam a Paixão de Cristo. Cada uma destas cruzes irá dar lugar à renovação dos ramos e à continuação da vida de todos os pinheiros que crescem e se multiplicam a olhar o céu.
Os pinheiros sabem quando é a Páscoa. Parecem recordar a todos os que têm ouvidos para ouvir e olhos para ver que para a renovação, para a nova vida que se inicia e desenvolve, há que passar pela cruz. Que revelação tão simples e tão perfeita.
Quão maravilhosa e bela é a obra da criação.