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Que tristeza
Aug 14th, 2013 by M.J. Ferreira

As eleições autárquicas estão perto ( a cerca de um mês) e ainda não há certezas sobre os candidatos a algumas autarquias. Entre elas, as maiores do país.

Com a lei que dá para mais que uma interpretação, e tribunais a permitirem (e outros não) candidaturas de pessoas que já fazem dos cargos autárquicos profissão ao invés de serviço, a confusão está instalada.

Apenas mais um episódio triste do que se tornou a nossa “democracia” que da pratica, um dia destes, só tem mesmo as letras. Uma tristeza.

Uma tristeza
Aug 8th, 2013 by M.J. Ferreira

Em Portugal a palavra “democracia” tem um significado completamente distorcido. Só serve para justificar e exigir direitos, regalias e poder dizer-se mal de alguém impunemente. Os deveres e responsabilidades de cidadania são algo que não se pratica e são achincalhados por minorias incapazes de perceber o que significa tolerância e respeito mútuo. Uma tristeza.

Napalm
Jul 10th, 2013 by M.J. Ferreira

Cavaco bombardeou o pais com o seu sonho de salvação nacional. Um sonho que devia ter imposto há muitos meses atrás se o seu verdadeiro desejo fosse o entendimento dos partidos que assinaram o memorando da troika.
Hoje o sonho não passa de um enorme pesadelo com resquícios vingativos disfarçados numa bandeja de prata. Não foi a bomba atómica mas algo parecido com napalm. A ruína sorri.
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Irrevogavel
Jul 9th, 2013 by M.J. Ferreira

Mais um bocadinho de opinião pessoal por discordar da ênfase dada à palavra “irrevogável” na carta de demissão de Paulo Portas. O que se passou desde então mostra que esta não é, a não ser que se queira destruir a reputação de PP, a palavra principal; antes, este irrevogável era uma consequência de determinado autismo face à nomeação de Maria Luis.
Na sua carta ele escrevia, embora por outras palavras, que andava ali a falar para o boneco e o parceiro da coligação não lhe dava a ele – e, consequentemente, ao seu partido, o devido lugar na e para a solução dos problemas. Isso fazia a sua decisão irrevogável porque o prolongar dessa situação não aproveitando a conjuntura para as mudanças que se impunham era simplesmente mais do mesmo.
Acho estranho por isso que não se leia a carta na integra e se dela se retire apenas uma palavra a que se pretende dar um significado completamente fora do contexto.
Por estas e por outras é que eu digo e repito que não devemos comer de mão beijada o que nos dão de comer na comunicação social e, antes, devemos ter a sabedoria para pensarmos pela nossa cabeça pesquisando quando necessário, estando atentos ao que se passa, exercendo uma cidadania responsável.

O que será? Que será?
Jul 8th, 2013 by M.J. Ferreira

A minha opinião vale o que vale. Mas gosto de pensar pela minha cabeça e ter opinião.
Quem me conhece sabe que tenho simpatia pelo CDS-PP de Paulo Portas. Mais de uma vez opinei que este Governo sem o CDS seria uma desgraça em termos de liderança e de medidas que salvaguardassem o mínimo de respeito pelos esforços que estamos a fazer em prole da saída da troika de Portugal.
Escrevi há dias que percebia a recente atitude pessoal de Paulo Portas de dizer basta a Passos Coelho pelo que não me surpreendeu absolutamente nada que, no rescaldo, não só PP, como o partido a que preside, saíssem com mais força política no seio da coligação que sustenta o Governo.
Não sei o que o Presidente da Republica irá decidir. Não tem muitas alternativas. À esquerda não há qualquer garantia de estabilidade e eleições para se manter o centro-direita é um desperdício de tempo e dinheiro.
Eventualmente uma posição de força da sua parte com a negociação de nomes da sua confiança que lhe dessem garantias de estabilidade é um risco que não quer correr, pelo que, não prevejo nada de especial que não seja a “formula” que Passos Coelho mencionou na passada semana para ser conseguida a estabilidade governativa.
Nos diversos “entretantos” a vida continua.
Tenho esperança no nome apontado à pasta da Economia : Pires de Lima mas, a ser verdade o que hoje é publicado no Correio da Manhã de que Maria Luis, a nova Ministra das Finanças, foi uma imposição troikiana à demissão de Vítor Gaspar, penso que Passos Coelho tem os seus dias contados como líder, cuja liderança cada vez levanta mais dúvidas.
Com a promoção de Paulo Portas e as conhecidas discordâncias que o CDS tem em relação às políticas de má austeridade impostas pela troika , bem como, tendo em conta a forma como pessoalmente reagiu Portas à nomeação de Maria Luis, nada poderá voltar a ser o mesmo. A troika vai ter Portas a bater o pé e Maria Luis de mãos atadas para fazer a vontade a alguma Europa.
O que tudo isto vai dar não sei. Certamente o Presidente da Republica terá receios semelhantes.
No entanto e apesar de tudo, duma coisa estou mais confiante. Se for Paulo Portas a negociar com a troika acredito mais na defesa da nossa soberania. No entanto temo pelo possível choque com a Ministra das Finanças. Até porque ainda resta (ainda que remotamente) a possibilidade de Paulo Portas não se rebaixar às vontades alemãs e tentar sair por cima com o CDS a dizer não a mais austeridade antes das próximas legislativas.
Não queria estar no papel de Cavaco Silva. Na sua decisão está o nosso futuro imediato.
Fazer sacrifícios não pode ser algo que não seja recompensado. Ainda muito nos será pedido. Ao darmos o melhor de nós próprios, merecemos o melhor dos homens e mulheres que nos governam.

Pum
Jul 2nd, 2013 by M.J. Ferreira

Não foi a bomba atómica mas fez barulho e caos suficiente a demissão apresentada hoje por Paulo Portas de Ministro dos Negócios Estrangeiros. A gota de água terá sido a teimosia de Passos em promover a Secretaria de Estado Maria Luís Albuquerque a Ministra das Finanças e um certo autismo do Chefe do Governo para as diversas opiniões e sensibilidades no seio do governo e da coligação.

Confesso que a nomeação da senhora também me deixou confusa. Especialmente porque o seu nome, para o bem e para o mal, está envolvido na polémica dos swap(s) e, creio, seria de todo o interesse o Governo rodear-se de pessoas acima de qualquer suspeita, por muito inocentes que possam ser ou estar.

Depois, creio que tal nomeação demonstra alguma surdez, não só face à opinião popular, como ao que têm sido as notícias publicadas sobre o entendimento que os parceiros da coligação que suporta o governo e o entendimento de alguns membros do governo têm para a forma como devemos avançar rumo ao futuro. Confesso que concordo com Portas. A altura seria ideal para “mexer” positiva e responsavelmente com  a economia (até porque temos folga financeira), reformar alguma da austeridade para uma boa e positiva austeridade e aumentar a nossa motivação e resiliência para os tempos que ainda temos pela frente e fazendo (re)nascer a esperança.

Dito isto, percebo a atitude de Portas. Engoliu até não poder mais. Fez o que Cavaco Silva não conseguiu. Penso que terá pesado muito bem os custos desta sua decisão. Penso, igualmente, que teve uma determinação enorme ao ter escolhido isolar-se do seu próprio partido para, porventura, não poder ser (novamente) pressionado a ouvir e calar.  Certamente, esta sua atitude terá sido a (única) forma de definitivamente Passos Coelho ter que ouvir o seu parceiro de coligação bem mais ciente e preocupado com os problemas que a todos assolam. Mostrou que ninguém é insubstituível e, às vezes, o interesse público passa por dar um valente murro na mesa que desperte a consciência de um Chefe de Governo inerte e passivo.

Pelo risco, pela ousadia, por uma forma diferente de fazer política sem medo e sem autismo, espero sinceramente que esta sua atitude possa ter resultados práticos. Por estes, entendo e desejo, um governo reformado e remodelado que oiça o povo e seja capaz de nos conduzir nas mudanças que podem e devem ser feitas.

A seguir ao caos segue-se sempre a ordem. Ordem no caos de governação porque caos, infelizmente, tem sido uma constante provocado por meios de comunicação social, comentadores e comentaristas que não são capazes de ver para além do óbvio, não arriscam, distorcem e manipulam para além de se borrarem de medo que o tacho acabe e borrarem de medo quem os ouve castrando a liberdade de pensar diferente. Esse não prevejo que acabe. Faz parte de um reallitty show, entretenimento sem o qual muitos não conseguem viver.

Verdade
Jun 26th, 2013 by M.J. Ferreira

Hoje no debate que decorreu na Assembleia da República, o nosso Primeiro Ministro, quando confrontado com a greve geral de amanhã,  reconheceu o “direito à greve” como “inalienável” e que “deve ser respeitado por todos”. Mas, e apesar disso, o primeiro-ministro considerou “politicamente” que “o país precisa menos de greves e mais de trabalho e de rigor”. Uma grande verdade!

Posso não concordar com todas as coisas que Passos Coelho já disse e fez; mas, com esta, concordo e aplaudo de pé.

Há outras maneiras
Jun 24th, 2013 by M.J. Ferreira

Este fim de semana reparei na capa de uma revista de um jornal diário. Falavam duma eleição sobre os mais sexys. Pensei cá para os meus botões que este tipo de notícias está esparramado diariamente no mencionado jornal e outros, em publicações semanais, programas de TV, etc.

Mas, se pensei isto, pensei, igualmente, que o facto de sermos um país de analfabrutos (analfabetos não, porque há tantos doutores por metro quadrado, que seria uma ofensa pensar uma coisa dessas…), com um deficiente uso do raciocínio lógico, uma deformada memória da nossa história recente, uma incapacidade para pensar pela própria cabeça, entre outras lacunas, não atinge muito mais. São anos de lixo e manipulação jornalística com o intuito de vender e obter lucros. Às vezes, não financeiros, mas de favores, de poder, de influências.

Agora, o que seria se esta manipulação jornalística fosse no sentido de apelar ao melhor que temos, ao melhor que somos, ao que conseguimos fazer. O que seria se jornais, revistas, programas de TV reportassem os exemplos positivos de milhares que conseguem superar dificuldades, de outros tantos que descortinam oportunidades no meio dos maiores problemas, de milhões que se recusam a desistir.

O que seria se toda esta manipulação jornalística fosse no sentido de avivar a esperança do melhor que há-de vir, que valorizasse a resiliência e a confiança em superar e recuperar das adversidades.

O que poderia ser se o caos jornalístico em que estamos mergulhados fosse diferente? Seria uma sociedade bem diferente, tenho a certeza. Infelizmente, só se ouve contestar, protestar, contradizer mas sem argumentos pessoais. Os que se usam são o do tipo “A” ou “B” com cujos comentários e “lado” se simpatiza mas que, entretanto, tantas vezes, peca por isenção.

Há outras maneiras de dar notícias bem como há outras maneiras de publicar capas de revistas. Não dão é dinheiro e poder mas que podiam contribuir para a mudança e as reformas que precisam ser feitas numa sociedade doente, disso não tenho dúvidas.

O facto de estarmos mergulhados numa tremenda porcaria não nos pode deprimir ao ponto de termos ou precisarmos de chafurdar na imundície que mis rodeia. Mais, não nos deve fazer esquecer do que podemos fazer. Podemos dizer não. Podemos usar a nossa cabeça. Podemos “ser” e “estar” unidos, solidários, a puxarmos todos para o mesmo lado, respeitando as nossas diferenças e aproveitando as nossas semelhanças para irmos mais além. Podemos desligar-nos dos cordelinhos das marionetes em que muitos nos querem manter e que uma democracia doente, que gosta e continua a usar a manipulação das massas, continua a defender.

Estou mesmo fartinha
Jun 12th, 2013 by M.J. Ferreira

Estou mesmo fartinha de tanto ouvir falar de greves de professores. É greve para aqui, é grave para acolá… já não consigo ouvir tanto ruído. Apesar de reconhecer o direito à mesma, pessoalmente, não concordo com greves. Especialmente cá em Portugal onde são mobilizadas por sindicatos políticos e executadas por funcionários públicos a protestar contra o seu empregador que é o Estado. Infelizmente, neste tipo de greves “quem se lixa é o mexilhão”, isto é, quem sai prejudicado são sempre terceiros. Aqueles que não têm culpa absolutamente nenhuma.

É o que penso de mais esta greve dos professores. O Estado que é quem os grevistas pretendem atingir não é o principal prejudicado. Os alunos sim! Os pais dos alunos sim. Não venham para cá os sindicatos dizer que a data escolhida não tem nada a ver com os exames. Tem, sim senhor! Os exames, aliás, o calendário escolar está pré-definido desde o início do ano; por isso, os sindicatos que se deixem de iludir a opinião pública. Não venham para cá os sindicatos dizerem que o Governo podia muito bem adiar a data que estava previamente estabelecida. Era só o que faltava que tivéssemos um Governo  sujeito ao caos e a ser governado por sindicatos.

Tenho pena dos estudantes que se prepararam para o exame e estão sujeitos a um stress adicional. Por outro lado, tenho ainda mais pena de alguns estudantes, entrevistados pelos media, a dizerem que o adiamento por dois dias era bom porque assim podiam estudar mais porque não se achavam ainda bem preparados (são mesmo uma nódoa!!! se não estudaram o suficiente, não são dois dias que aumentam a sabedoria!!!).

Lamento pelas famílias que organizaram as suas vidas em função das datas que conheciam e estão a ver agora comprometidas as suas férias. Lamento que em Portugal que os professores, instrumentalizados por sindicatos, estejam organizados  num lobby intocável. Nem temos lugar para o número desmesurado de professores existentes (cada vez serão necessários menos; basta olhar para a demografia), nem precisamos de professores sem vocação para quem o aluno não seja o principal objectivo de sucesso.

A meu ver é preciso coragem para enfrentar este e outros lobbies instalados. Quanto mais depressa forem exterminados, melhor. As gerações futuras agradecerão.

Post Scriptum – Entretanto, chegaram hoje resultados sobre os exames do 4º ano (antiga quarta classe) sobre a prova de Português. Um rotundo fracasso.  Mais de metade dos alunos chumbaram. Precisam-se professores competentes e bem depressa. Mas não esqueço o papel das famílias que, em conjunto, com a escola, devem ser responsáveis pela educação e disciplina das suas crianças, jovens e adolescentes.

Pasmada!!!
May 29th, 2013 by M.J. Ferreira

A semana passada fiquei pasmada quando, a propósito de um seminário para atrair investimento para o Alqueva, ouvi o Presidente da Federação dos Agricultores do Baixo Alentejo dizer que não há mão de obra suficiente em Portugal e tem sido necessário recorrer a trabalhadores do Leste Europeu e do Norte de África para fazer face aos trabalhadores que são necessários para o trabalho que existe.

Fiquei pasmada porque, a exemplo do que aconteceu anos atrás no sector da construção, os portugueses também preferiram sair do ramo e pôr a trabalhar nas obras os imigrantes que cá chegavam. Muitos destes traziam consigo cursos superiores muito superiores aos canudos que por cá se arranjam mas, igualmente, a humildade e a vontade de trabalhar para sustentar a família que, na maioria dos casos, ficava para trás.

Seria de esperar que em tempos em que o desemprego é um papão, os portugueses agarrassem as oportunidades com unhas e dentes. Não gosto de generalizar mas, de acordo com a notícia, parece que continuam a haver trabalhos que não são para os cidadãos (alguns) deste país. Trabalhar na agricultura faz calos, obriga a levantar cedo; coisas que o subsídio de desemprego ou equiparados não provoca.

Não vale a pena dramatizar a falta de trabalhadores portugueses. Mesmo em tempos de crise, continuam uns doutores. Felizmente, ha imigrantes com vontade de trabalhar nos campos alentejanos.

Vamos lá ver quando recomeçarem brevemente as obras em duas grandes vias nacionais se haverá portugueses interessados em trabalhar ou se serão mais uma vez os imigrantes a dar resposta.

Pasmada é como estou! Por estas e outras, não me peçam é simpatia para os números altos no desemprego. Emprego às vezes encontra-se. Mas o que vai havendo por aí exige trabalho e trabalho é para imigrantes.

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