Que frioooooooooo. Nem pareço eu sempre tão encalorada. Este desejo de me enrolar num saco de água quente só pode ter uma explicação: estou a começar uma constipação.
Tanto tempo parecem ser vinte e seis anos e, o mais interessante, é que o tempo não parece ter passado assim tão depressa quando recordo a minha avó. Foi uma manhã como tantas outras e o último beijo que lhe dei demorou o tempo de chegar ao meu emprego e receber o telefonema com a notícia da sua morte.
Adorava a minha avó. Era um sentimento recíproco e de grande cumplicidade. Demorei muito e muito tempo até conseguir lidar com a sua partida e o egoísmo de a não ter mais para mim. Hoje, conforta-me a ideia de que adormeceu em paz enquanto esperava uma caneca de chá que chegou tarde de mais.
Não há ano que não dê graças pela sua vida e pela mulher que foi e tanto fez por mim. O que eu julgava na altura ser o fim, sei hoje que o não é. Ela partiu fisicamente mas não morreu. Continua viva enquanto eu for viva e o seu lugar no meu coração não deixou de existir. Continuo a chamar-lhe avó e as memórias do tempo em conjunto estão tão presentes como há duas dezenas e meia de anos atrás.
Amanhã será o aniversário da sua morte e eu vou recorda-la com um sorriso. O mesmo sorriso que tinha quando falávamos. O mesmo sorriso de quando a beijei pela última vez. De volta, vou ter o calor das memórias que me acalentam e afagam cheias de ternura e saudade. Adoro-te avó.
Hoje o homem que Deus colocou na minha vida faz anos. A partir de agora e por cerca de onze meses vai ser mais velho do que eu. Quando chegamos a esta idade o que queremos é o calor da família ao nosso redor, paz e conforto. A felicidade não é o que ainda nos falta alcançar mas o que temos e podemos usufruir com saúde. Os sorrisos das netas, as realizações dos filhos, o envelhecer lado a lado.
Parabéns meu amor e que nos anos que ainda nos falta caminhar de mãos dadas possamos amparar-nos, partilhar sorrisos e enxugar lágrimas cheios de ternura e esperança que o que fazemos é alicerce de amor para a vida daqueles que amamos, os nossos filhos e as nossas netas.
O Sr. Virgolino é o boneco que fiz há anos e junto com a D. Micolina se encontram na minha varanda. Sofreram uma remodelarão radical quando abriu uma farmácia por baixo da minha casa e, combinado com o dono da mesma, o boneco passou a vestir uma bata de farmacêutico. Já fiz uma publicação sobre este assunto. Acontece que no domingo passado reparei que o sr. Virgolino “desmaiou”. O frio causou-lhe uma deficiência ao nível “ósseo” que o levou a colapsar.
Foi assim que o encontrei:
Quando dei conta, levantei-o em braços e prestei-lhe os primeiros socorros…
Felizmente “recuperou” bem e depois de uma pequena intervenção para colocar umas placas de metal na anca, aí está ele novamente ao lado da sua querida Micolina a prestar atenção a tudo o que se passa aqui no sítio.
Aprender a rir. Sempre. Bem alto, discretamente, com os olhos, com lágrimas, de alegria, com esperança.
Rir sempre, ainda que o nosso riso possa esconder a tristeza. Porque mais triste que um riso triste é a tristeza de nunca ter aprendido a rir.
Morreu a informação noticiosa enquanto exposição resumida e factual de assuntos ou acontecimentos de interesse público. Hoje, os blocos noticiosos difundidos pelos meios de comunicação não relatam, antes manipulam a notícia consoante os grupos/lobis a que pertencem. Opinam, comentam quando informar é partilhar, expor, narrar, descrever sem qualquer tendência acontecimentos recentes.
Morreu a informação relevante e pertinente e preferencialmente os media destacam historietas que contam em estilo folhetinesco e sem grande critério que afronta tanto um bom jornalista como um ouvinte responsável com a faculdade de distinguir entre o verdadeiro e o falso, o bom e o mau.
Há já algum tempo que não consigo assistir aos noticiários das diversas estações de televisão. Sinto-me insultada com a forma como a notícia é apresentada “escondendo” à vista desarmada influências, condicionamentos que falsificam a verdade pura e simples em detrimento de uma outra verdade mais proveitosa para alguns.
Não quer isto dizer que não me mantenho informada. Mantenho; mas prefiro ir à fonte, ou privilegiar alguns operadores que ainda se vão mantendo com alguma ética e moral jornalística.
Sou esquisita? Sou! Mas não sou burra nem estúpida. Tenho cabeça para pensar e gosto de ser eu a formar a minha própria opinião.
Em Agosto, na feira de Grandola, o meu mais que tudo ofereceu-me uma Pyrrhura molinhe pineaple (nome pomposo, sem dúvida 🙂 ) que comprámos como sendo um macho. O nome, escolhido pela pirralha mais velha foi Chiquinho.
É uma ave muito meiga e muito caprichosa. Adora estar connosco a jantar mas grita que se farta se não lhe damos atenção ou se já passou a hora de se deitar. A comer nozes é um espectáculo e gosta que eu a leve a todo o lado.
Aqui há tempos, um criador de aves disse-me que o Chiquinho lhe parecia ser uma fêmea mas que esta espécie de aves é muito difícil de perceber. A única opção fiável é fazer um teste de sexagem. Deu-me as indicações do laboratório e recebi há momentos o resultado. O Chiquinho afinal é uma Chiquinha!!! Ai a minha querida passarinha 🙂
Hoje foi dia de tirar os enfeites das festas espalhadas pelo exterior e sala cá de casa. Agora, na varanda ficaram apenas o sr. Virgolino e a d. Micolina novamente a ver passar os transeuntes que agora são muitos ou não tivesse aberto uma farmácia mesmo por baixo de mim. Eles representam de uma maneira engraçada o Fanqueiro anos e anos atrás quando não existia facebook, tweets, blogues, etc. e as cusquices eram feitas nos lugares públicos com os estabelecimentos comerciais a serem locais bem privilegiados. Como nesses tempos, o Virgolino e a Micolina dão fé de tudo. Dão conta de quem entra nas lojas, quem sai, quem passa, quem fala com quem, quem já bebeu um copito a mais e sei lá mais quê.
O Virgolino está agora vestido à farmacêutico numa combinação com o dono da farmácia aquando das obras para a abertura e tem feito um sucesso danado. A Micolina, mais discreta, está sentada a ler publicidade sobre a mesma e, a verdade, é que se dantes a minha casa já era a casa dos bonecos; agora está muito mais conhecida e divulgada porque a nova Farmacia tem trazido ao local muita gente que não costumava vir para aqui a pé.
Há pouco tempo perguntei se já devia tirar a farda ao Virgolino e o dono da farmácia disse-me logo: “deixe estar que eles têm sido muito badalados”. Não me importo nada que eu até gosto destas brincadeiras 🙂 e, a realidade é que tive muito trabalho para os recuperar para a forma como estão agora que os diversos anos que têm e as diversas estações do ano que já conheceram estavam a fazer pesar nas suas aparências.
Ele foi sujeito a plásticas intensas e colocação de próteses para se manter de pé a tempo inteiro. Ficou rejuvenescido e muito mais charmoso. Ela também teve botoxes, silicones e muitas esfoliações para ficar com um ar muito mais apresentável e simpático. Agora até cruza a perna…
Só para mais tarde recordar, aqui está a prova:
E… não é que a publicidade da própria Farmácia conta com estes dois?
Dia 6 de Janeiro é, por tradição, dia de Reis. Não que os homens sábios que visitaram Jesus após o seu nascimento guiados pela estrela fossem de certeza reis. Diz a Bíblia que eles eram sábios e as evidências, ao contrário do que reza a tradição, apontam a visita para cerca de um mês depois quando Maria e José já estavam numa casa.
Da mesma forma, a Bíblia não fala num número preciso nem nos seus nomes, se eram pretos ou brancos, gordos ou magros. Diz que eram do Oriente. A descrição pode ser lida nos doze primeiros versículos do capítulo dois do livro de Mateus. A tradição encarregou-se de fazer o resto e atendendo à descrição das ofertas (ouro, incenso e mirra) pressupôs-se três pessoas distintas a que se deram nomes – a primeira vez, cerca do séc. VII sendo que, apenas no séc. IX, foram renomeados com os nomes que hoje conhecemos: Baltazar, Gaspar e Belchior. Para além disso, a tradição colocou-os em três diferentes continentes (Ásia, Europa e África) e com aspectos e características diferentes: um homem jovem (Gaspar – o asiático) que oferece o incenso, um homem maduro (Baltazar – o africano) que oferece a mirra e um homem idoso (Belchior – o europeu) que oferece o ouro.
Na época que se começou a representá-los com estas características não se tinha conhecimento da América. Além disso, os três fazem referência às diversas fases da vida do ser humano: juventude (Gaspar), maturidade (Baltazar) e velhice (Melchior) e os presentes oferecidos à realeza (ouro), divindade (incenso) e humanidade (mirra) de Jesus.
É costume entre nós comer-se nesta data o Bolo Rei e bagas de romã pedindo aos Reis saúde, dinheiro, paz e amor. Há quem diga que a tradição manda colocar três bagos de romã dentro da carteira para ter dinheiro durante o Ano Novo.
Cá em casa comeu-se romã mas nada de pedidos especiais ou bagas na carteira e, em relação ao bolo rei, este ano, resolvi fazer diferente. Inspirada por um bolo rei folhado que tinha visto no fim de semana, fiz o Bolo de Rei da Avó que era folhado com gila, passas, nozes, frutos caramelizados, canela e maçã. Ficou uma verdadeira delicia e, de certeza, vai ser repetido durante o corrente ano em outras ocasiões. Ou eu não me chame Vó Zé 🙂 .
Mas, verdade, verdadinha! Está ou não está apetecível o bolinho nas fotos em baixo?
Desde há algum tempo que ouvimos e podemos ler nas redes sociais que hoje é dia disto ou daquilo o que origina uma panóplias de comentários e homenagens. O que acontece é que muitas destas efemérides não dizem respeito a Portugal e, por isso mesmo, por vezes, para o mesmo dia temos diversas denominações.
Encontrei hoje o calendário de todas as datas comemorativas de Portugal que aqui deixo para não haver mais confusões e misturas com outros países que têm o seu próprio conjunto de datas festivas e comemorativas.
Já não bastava o acordo ortográfico!
Nota: ao aceder ao link das datas comemorativas, a informação está logo a seguir à data dos feriados que, segundo informações de hoje nos media, serão acrescidos dos dois religiosos e dois civis suspensos há algum tempo.